Intrigante é como alguém, há 2500 anos pôde ter uma perspectiva tão Integral do Ser Humano e disseminou esse conhecimento baseado unicamente em amor e compaixão que hoje, mais do que nunca se faz presente e necessário
Alguém já disse que a única solução para a sobrevivência da humanidade será pelo caminho da compaixão.
Como algo não sectário, não dogmático, sem conotação religiosa que acolhe a todos independente da raça, cultura, nível intelectual, dos miseráveis aos afortunados pôde nascer nessa época?
Vocês podem explorar as histórias e um bom começo no link abaixo:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sidarta_Gautama
Entretanto, a minha intenção é poder responder algumas curiosidades de muitos que nos cercam:
O que é isso? É uma seita religiosa?
Não, é um processo de auto observação plena, que nos dias atuais para mim e para muitas pessoas, só é possível quando se sai do dia a dia para essa finalidade.
Óbvio que uma vez aprendida, a prática contínua depende unicamente de você, prática esta que concorre com inúmeras demandas do pão nosso de cada dia.
Eu precisei ir de novo e irei quantas vezes achar que será necessário.
Disse que não é uma religião, no entanto há uma devoção não pelo Ser “Buda”, como não deveria ser pelo “Jesus Cristo” ou qualquer outro Santo. Mas uma devoção às qualidades que ambos e outros santos disseminaram: amor, boa vontade e compaixão ao sofrimento do próximo.
Como é essa meditação?
Existem alguns cânticos na linguagem pãli – usada para preservar os textos da tradição Theravada budista http://www.institutotathagata.org/pali.html
O objetivo dos cânticos que ouvimos no início e final da meditação, é propagar uma boa vibração.
Depois instruções são dadas para cada um realizar o seu processo meditativo, com um grande objetivo: observar-se com atenção plena.
Há palestras gravadas com muitos referenciais do grande disseminador da prática Vipassana S.N. Goenka, falecido em setembro/2013
https://www.dhamma.org/pt/about/goenka
Dizem muitos com quem compartilho.
O silêncio é o mais tranquilo, pois poucos dias depois, você verá a sensação de liberdade que isso te proporciona. Acordar às 4 da manhã e até às 21h da noite também não é tão problemático.
A dieta vegetariana que os servidores sempre voluntários de boa vontade fazem, também é boa. O grande desafio para mim e para muitos que vão, é o sentar imóvel e centrado por 1 hora. Mas, extremamente importante para o processo. Existem almofadas e apetrechos que aliviam.
E o s 10 dias, imprescindível para essa “expedição”.
O processo é caro?
É bom lembrar: este processo é inteiramente gratuito. Nada é cobrado, e nada se paga para usufruir de absolutamente nada, da comida ao banho quente. Ficamos graças Centro Vipassana e à boa vontade dos servidores que nos servirão alimentos.
Como isso é mantido?
Graças a doações que aceitam apenas de ex alunos, que tornam possível a chegada de novos. Portanto, para mim, o mínimo razoável é você doar o que gastaria na tua sobrevivência do dia a dia. É verdade que os Centros Vipassana espalhados pelo mundo crescem graças a doações significativas de pessoas de posses, mas sempre daquelas que realizaram o processo.
No que difere dos outros processos meditativos?
Este tem o que chamo de “pulo do gato”, uma exploração objetiva que trabalha a relação mente-corpo na medida em que você se aplica na técnica baseada em fortes princípios e para citar dois deles: a impermanência de tudo que existe e nos cerca, e a equanimidade, condição sine qua non!
Lilian Shibata